29/06/2017

Exposição LUPA

Memorial da Inclusão



































LUPA
A artista Lúcia Neto reuniu, no início de 2014, um grupo de pessoas com deficiência visual, realizando com eles trabalhos plásticos tridimensionais. O processo teve como ponto de partida discussões sobre o tema “identidade”. Cada participante desenvolveu um conceito-chave, imagem que alegoriza a percepção que tem de si próprio. Dessas palavras derivaram as criações que agora são expostas.
Os objetos resultantes desse processo constituem territórios de subjetividade. A mostra articula-se na relação entre esses territórios, tão singulares em forma e conteúdo: a criação de Ary Francon sugere um tapete de pele de tigre, animal que é símbolo de poder – poder que ganha, nessa representação, comentário finamente irônico; Gilmar Lima faz referência direta a uma simbologia religiosa, expressando seus vínculos com a transcendência; o trabalho de Marcelo Arruda é enigmático: seu delicado pássaro está pousado sobre sólida pedra. Entre os dois elementos, impõe-se contraste expressivo que transborda poesia; Thiago Francisco materializa no trem-bala sua ânsia por velocidade, expressando irrefreável otimismo e uma energia voltada para o futuro.
Para a mostra no Memorial da Inclusão, Lúcia Neto concebeu duas peças de sua autoria, também disponíveis ao toque. Ela estabelece, dessa forma, diálogos plástico/poéticos com esses criadores, dando sequência ao processo dialógico de LUPA. O universo da artista é centrado em movimento, leveza e alegria. Suas composições constituem uma celebração dançante do encontro e da vida.
LUPA propõe abordagem experimental no campo da fruição: convida o público a assumir posição inversa àquela que está habituado, estabelecendo contato inicial com as peças através do toque. Num segundo momento, através da audiodescrição. Por fim, através da observação visual.  A opção por priorizar o campo tátil e a informação por áudio – neutralizando, temporariamente, a atuação do olho – coloca em evidência facetas essenciais do processo de percepção da obra plástica: intuição, imaginação, raciocínio dedutivo, memória, emoção, sensações não visuais. O branco das obras – neutro e luminoso - abre ainda mais esse campo, estimulando o público a projetar nele cores de sua imaginação.                                        
Hélio Schonmann





5. Salão de Outono Internacional da América Latina

Instalação Insustentável Leveza
 




Projeto ArtFabric

Orfanato localizado em um campo de refugiados tibetanos em Pokhara, 200km de Katmandu - Nepal porEric Marechal e Fabi Futata



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favela (slum) de Bangalore  -  Índia